Olhando o que escrevi há mais de um ano, quando estava perto de fazer 30, mais uma vez fico deprimido com a estagnação em que me encontro e da qual não consigo. Como disse um amigo meu, parece que estou vivendo em câmera lenta. Nada mais me deixa feliz. Não consigo fazer nada a que me proponho. Minha vida é uma sucessão interminável de fugas, de horas perdidas à frente de um monitor ou de uma TV. Os jogos me consomem, comendo todo o meu tempo enquanto permaneço anestesiado, sem ânimo para, às vezes, sequer me mover. Que vida de merda eu tenho levado. Quanto tempo mais será que eu vou continuar nisso. Nos últimos meses, parece que a estagnação só fez aumentar. Talvez tenha a ver com o fato de eu, mais uma vez, estar metido em um relacionamento sério. Às vezes acho que só consigo me sentir bem se estiver sempre caçando uma companhia. Não sei. Ás vezes acho que hoje nem isso me satisfaz.
Desanimo em pensar em mais alguma noite perdida entre copos e cigarros. Mais uma noite tentando achar alguma mulher diferente que, no fim das contas, vai se mostrar igual a todas as outras. Desanimo só de pensar nisso. Talvez eu tenha decidido que era hora de me aquietar, procurar algo maior, um relacionamento mais estável, sei lá. Mas acho que não estou mais acreditando nisso.
O trabalho se mostra cada vez mais pesado, e eu sempre deixando tudo ficar atrasado, o que acaba estagnando a porra da minha vida toda, pois eu nem faço o que tenho que fazer nem o que quero. A culpa sempre consumindo a minha alma.
Só sobra a anestesia, que hoje vem na forma de videogames. De horas perdidas na internet, procurando absolutamente coisa nenhuma. Sites de putas que não vou comer. Busca de músicas que não vou ouvir. Enfim, é isso.
Saco cheio, mais uma vez, e sem ânimo para mudar.