sexta-feira, julho 01, 2005

Eu Vivo parte do tempo no chamado Mundo Real, e parte em um que somente existe dentro da minha cabeça.

Com o tempo, tenho tentado passar menos tempo dentro de mim mesmo, e sair, mas, de alguma forma, meus esforços parecem não dar o resultado previsto, e eu acabo mesmo é cada vez estando menos naquele que vocês convencionaram chamar de mundo real.

Não que eu seja um escapista ou algo assim. Meu mundo interior não é povoado por elfos, duendes ou seres fofinhos – pelo menos não todo o tempo – por vezes ele se parece mais com o mundo daí de fora do que o próprio mundo de fora se parece consigo.

Em meu mundo há espaço para tudo. Mesmo para a tristeza, a dor e o desespero. Não é um mundo de felicidades ou de alegria eterna.

Às vezes eu controlo o que acontece no meu mundo. Às vezes meu mundo decide o que acontece comigo. Às vezes nada acontece.

Não me perguntem por que eu vivo nesse mundo, eu não saberia responder. Nem me acusem de ter criado um mundo de mentira. Eu não criei nada. Ele sempre esteve lá.

Talvez todos tenham um mundo de mentira dentro de suas cabeças. Talvez vivam parte do tempo nele, e talvez não saibam sequer dizer se estão no mundo de mentira ou no de verdade – se é que há algum que seja de mentira e algum que seja de verdade. Pelo menos eu sei a diferença – na maioria das vezes.

No fundo, no fundo, talvez tudo o que vemos, todos os que conhecemos, tudo o que amamos existam somente no interior de nossas cabeças. Será que meu amigo é meu amigo mesmo, ou será que ele é uma idéia inventada? Quem poderá dizer.

Pensando bem, talvez não seja tão ruim assim viver em um mundo que só existe dentro da nossa cabeça.

De qualquer jeito, quando eu consigo encontrar o caminho, eu saio de dentro da minha cabeça e passo algum tempo no mundo de vocês. Às vezes isso é bom, às vezes não.