Mais um dia perdido em uma vida perdida.
Não consigo achar nem força nem vontade para lutar, para sair da estagnação que só faz crescer. Mergulho cada vez mais nas trevas que ordinariamente me habitam. Tão acostumado estou à escuridão que a simples idéia da luz é o suficiente para irritar-me os olhos.
Cego, surdo, mudo.
De homem tornei-me um glaciar, e gelado continuo por toda a eternidade. Preso em um eterno momento de dúvida, de angústia, de medo.
Fracassado como homem, fracassado como pessoa.
Meu corpo não me pertence, como um estranho habito esta carne, desacostumado de suas limitações, de sua fraqueza, de sua tendência ao sofrimento e à amargura.
Não sorrio mais, não há do que sorrir. Não choro mais, minhas lágrimas secaram há muito.
Não amo, não odeio, não me alegro nem me entristeço.
Permaneço apenas congelado, comatoso.
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