quarta-feira, dezembro 22, 2004

E pra que eu vou tentar escrever se há muito que já me descreveram melhor do que eu poderia?
...
Da série "Poesia pra tentar caminhar":


Poema de Finados

Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosos bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura que sofri
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.