terça-feira, junho 28, 2005

Vamos celebrar todas as partes de nós que ficaram pela estrada.
Derramemos uma lágrima por tudo o que se destruiu,
Mas sem desfazer o sorriso que surgiu ao se ver que algo tomou o seu lugar.
Não teremos a alegria que um dia imaginamos,
Mas teremos outras, que não ousávamos sonhar.
A tristeza da qual fugimos nos atingiu,
Mas ao contrário do que pensávamos, não nos destruiu.
Mesmo o desespero, que vivemos em dias frios, em noites sombrias,
Não foi maior do que o medo que tínhamos de nos desesperar.
Deixemos as ilusões, os planos, os medos.
Devemos viver, aos poucos, da forma como muitos afirmam viver,
E poucos, na verdade, tem coragem de tentar.

Eu fiquei muito tempo em um buraco.
Me escondendo da dor, me escondendo de mim,
Me torturando em fantasias, em loucuras permitidas,
Destilando minha própria heroína, me afogando no veneno de minhas veias.

Mas chega, não mais serei uma imagem, uma fantasia,
Não mais me disfarçarei em sombras,
Serei não mais um personagem,
mas sim eu mesmo...
O que quer que isso seja.