quinta-feira, novembro 10, 2005

Eu ando pelo mundo observando coisas e pessoas, me interesso por tudo e não me prendo a nada.

O que hoje preenche minha vida, amanhã me fará oco.

Eu sigo sem nenhuma necessidade dos dias iguais, plenos de rotina.

Minha vida será tanto melhor quanto eu não saiba o que me guarda o amanhã.

Não tenho a natureza das plantas... Se me põem em um jardim e me cercam de cuidados, eu morrerei em pouco tempo...

Não me torno eternamente responsável por aquilo que cativo. Não acredito, na verdade, que alguém se torne cativo senão por sua própria vontade. Mesmo grilhões de aço não podem prender um espírito livre.

Se me olharem caminhando em minha estrada, terão a impressão de que eu caminho solitário e triste, que em meu peito não bate um coração.Esta é a impressão que terão os que me olharem de relance, e com eles não me importo.

Quem se aproximar verá que, na verdade, meu peito pulsa de vida. Tudo o que toco e tudo o que me toca permanece vivo nesta chama. Em meu peito não há amor que acabe, não há dia de verão que termine, não há lua que mingúe, não há ninguém que a morte leve...

Eu sou parte do mundo, eu não sou parte de nada.

Me tocam as pessoas que tem a capacidade de ver o mundo que existe dentro dos meus olhos...

Este mundo que começa a sair agora que começo a viver.